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2.º – Peugeot 208 (2012–2018)

Especificações gerais
- Categoria: hatchback compacto moderno
- Motores: entre os mais comuns estão os motores PureTech 1.2 a gasolina, e a gama diesel em alguns mercados europeus; versões automáticas EAT6 ou manuais de 5 ou 6 marchas.
- Apelo: visual moderno, interior confortável para a categoria, apelo urbano com boa economia de combustível e, eventualmente, versões elétricas ou híbridas leves.
Principais problemas mecânicos relatados
- Problemas no motor PureTech 1.2: foram relatados casos de consumo excessivo de óleo, queima de válvulas ou anéis prematuramente, consumo irregular de combustível e desgaste irregular de componentes internos. Isso pode indicar uma engenharia sensível ao tipo de condução ou manutenção (trocas de óleo de qualidade inferior, longos períodos entre trocas, condução urbana severa).
- Falhas recorrentes na correia dentada: em alguns motores PureTech, houve relatos de falha prematura da correia dentada ou polias associadas, resultando em riscos de danos sérios ao motor se a falha ocorrer durante a condução.
- Problemas de transmissão automática EAT6: relatos incluem engates imprecisos, hesitação, vibração durante a troca de marchas e necessidade de reprogramação do módulo de controle de transmissão. Em alguns casos, oficinas britânicas relataram altos custos de reparos ou reconfigurações.
- Desvalorização acelerada devido à percepção de confiabilidade: compradores de carros usados relatam que, mesmo modelos relativamente novos, sua revenda sofre com cautela por parte de futuros compradores, o que eleva o custo efetivo de posse ao longo do tempo.
Impacto no consumidor britânico
Embora a Peugeot 208 seja um carro bastante atraente para a condução urbana, muitos britânicos que compraram usados relataram surpresas vindas de reparos mecânicos ou falhas de transmissão não previstas originalmente.
Para quem pretende comprar, vale a pena:
- obter histórico completo de manutenção do motor, com confirmações de trocas regulares de óleo (preferencialmente de especificação recomendada pelo fabricante) e registro de substituição de correia dentada;
- verificar o histórico da transmissão, especialmente se for automática, e exigir inspeção ou teste de engate de marchas;
- considerar a hipótese de escolha de motores menos modernos ou com menos “tecnologia de economia de combustível” — um motor mais simples, com manutenção mais previsível, pode sair mais barato a longo prazo, mesmo com menor eficiência nominal.
1.º – Land Rover Range Rover Evoque (2011–2018)

Especificações gerais
- Categoria: SUV compacto de luxo, “premium”
- Motores: várias opções a gasolina e diesel (dependendo do ano e do mercado), inclusive versões híbridas plug-in
- Transmissão: tração nas quatro rodas, câmbio automático sofisticado, muitos recursos eletrônicos de assistência ao motorista, câmeras, sensores e sistemas de entretenimento embarcados
- Apelo: estilo “SUV de luxo com porte urbano”, design moderno, nome de prestígio Land Rover, boa aceitação de mercado, incluindo entre celebridades no Reino Unido.
Principais problemas mecânicos relatados
Dados recentes e históricos mostram que o Evoque tem uma das piores reputações de confiabilidade no Reino Unido:
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- Tempo “off-road” elevado: um levantamento do grupo de consumidores Which? indicou que a versão híbrida plug-in do Evoque passou, em média, 21 dias por ano fora de uso devido a avarias ou reparos, muito acima da média britânica para carros novos (cerca de 4,8 dias/ano). The Timesautocar.co.uk Um dono chegou a dizer que foi “o carro mais frustrante que eu já possuí”. The Times
- Vazamento de combustível: alguns modelos fabricados entre maio de 2016 e janeiro de 2018 apresentaram problemas de vazamento de combustível na área do motor, resultando em recall e reparo da linha de alimentação de combustível. FixMyCarWhat Car?
- Falhas de controle de direção: foram identificados casos em que um parafuso da suspensão dianteira poderia afrouxar, resultando em perda de controle da direção — caso que gerou recall da Land Rover. FixMyCar
- Curtocircuito elétrico: modelos das gerações 2015-2016 podem ter danos no chicote elétrico que levem a curto-circuito, falha de sensores, mau funcionamento de componentes críticos de conforto ou segurança. FixMyCarautocar.co.uk
- Problemas na suspensão (hidráulica ou pneumática): em algumas versões com sistemas sofisticados de suspensão, há relatos de isolamento mecânico insuficiente, perda de pressão e falhas de conforto ou de resposta dinâmica, que muitas vezes exigem substituição de componentes caros ou recalibração especializada.
- Problemas de disponibilidade de peças e longos tempos de espera: reportados por usuários britânicos como uma das maiores frustrações, especialmente em versões híbridas ou equipamentos tops de linha. Demoras de 21 dias para reparos são comumente referidas e citam dificuldades logísticas da Land Rover como um fator agravante. The TimesGB Newsautocar.co.uk
Impacto no consumidor britânico
O Range Rover Evoque oferece um apelo de estilo forte e é vendido como um SUV de luxo compacto, fácil de manobrar na cidade, com boas credenciais de nome de marca. Contudo, muitos compradores de usados relatam que:
- os altos custos de manutenção e reparo (especialmente em oficinas concessionárias) rapidamente corroem a percepção “premium” do veículo;
- sistemas eletrônicos sofisticados — câmeras, sensores multifunção, sistemas de entretenimento e navegação — aumentam o risco de falhas intermitentes e a necessidade de diagnósticos complexos;
- atrasos na logística de peças ou problemas de supply chain resultaram em longos períodos de inatividade do veículo, aumentando o custo real de propriedade para os britânicos.
- o histórico de recall ou de falhas graves em componentes críticos (combustível, direção, chicote elétrico) leva muitos compradores de usados a adotar cautela excessiva, exigir histórico de manutenção detalhado, escolher versões com menos tecnologia embarcada ou recorrer a inspeções pré-compra muito criteriosas.
Em resumo, o Evoque se tornou um exemplo clássico de contraste entre imagem de prestígio e risco de manutenção elevado — motivo pelo qual lidera esta lista de modelos com mais problemas mecânicos reportados no Reino Unido.
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Conclusão
A análise detalhada dos dez modelos com mais problemas mecânicos reportados no Reino Unido revela vários padrões claros:
- Carros com alta tecnologia, muitos sensores e sistemas sofisticados — especialmente SUVs de luxo ou compactos premium — tendem a aparecer mais frequentemente nas listas de menor confiabilidade. O custo de manutenção e a complexidade técnica elevam o risco de surpresas para o dono.
- Popularidade e volume de vendas: modelos muito vendidos (como o Ford Focus ou Nissan Qashqai) inevitavelmente acumulam mais reclamações absolutas. Isso não significa que sejam necessariamente piores, mas a frequência relativa de falhas e o tipo de manutenção exigida interferem na percepção de confiabilidade.
- Manutenção preventiva falha ou negligenciada: muitos problemas relatados — falhas de câmbio, falhas de turbo, falhas de bomba elétrica, consumo de óleo alto, desgaste prematuro de correias ou componentes de suspensão — são exacerbadas por manutenções aquém dos intervalos recomendados ou uso intensivo em ambiente urbano sem a “cura” de trajetos mais longos ou manutenção especializada.
- Escolha entre “economia de compra” e “custo real de propriedade”: vários dos modelos classificados como com muitos problemas mecânicos são atraentes na compra inicial (preço baixo, apelo de marca premium ou custo de aquisição aparentemente acessível). Mas o risco de custos elevados de reparo ou “tempo parado” no caso britânico pode tornar a posse menos econômica na prática.
- Importância de inspeção pré-compra e mercado de usados: em especial no Reino Unido, onde a cultura de seminovos é forte e a inspeção técnica (“MOT”, histórico de manutenção, garantia estendida ou uso de oficinas especializadas”) pode evitar surpresas, é crucial que o comprador avalie criteriosamente histórico de manutenção, intervenções preventivas, disponibilidade de peças e reputação da oficina local.
Para o consumidor britânico — ou qualquer comprador de carro usado em mercado exigente e com alternativas robustas — a lição é clara: não basta olhar o design, o nome de marca ou o custo de compra. É fundamental considerar a confiabilidade histórica, os custos esperados de manutenção e reparos, e adotar uma postura cautelosa e informada ao escolher um veículo.